16 de set. de 2012

Turmas:Informática 11M e 11 T - Cimol

COMPORTAMENTO
Uma linda história de amor... Com o celular
Aparelhos telefônicos são os companheiros inseparáveis da gurizada
 
Da Redação - 13/9/2012 - 09:30
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Sapiranga - Acordar, estudar, comer, dar banda, viajar na Internet, assistir TV e dormir, tudo isso com um companheiro inseparável: ele, o celular! Quem nunca esqueceu o aparelhinho por um dia e passou o tempo todo na angústia pensando nas milhares de mensagens e chamadas perdidas? Praticamente sem vida social, às margens de todas as atualizações bombásticas? OMG!!!! Não basta estar conectado e ter um telefone à mão, a gurizada quer se manter onipresente.

No caso do estudante Felipe Rocha, 14 anos, a função já começa cedo, às 6 horas quando ele levanta para ir ao colégio, e só vai parar na hora em que volta para a cama. Felipe é tão ligadinho que já conseguiu mandar cerca de 4 mil mensagens em um mês - e isso que nem estamos somando os recados nas redes sociais, que ele também acessa pelo celular. Mas de onde tanto assunto? "Sempre tem, a gente faz muitas amizades assim", conta, revelando que até já conheceu uma namorada por troca de mensagens.

Felipe diz que deixa o celular ligado na hora de dormir e confessa que não consegue ficar desconectado. Assim também é sua colega Sarah Lopes, 15 anos, que tem uma média de 150 a 200 mensagens por dia – haja bônus das operadoras de telefonia para manter tudo isso! "A pior parte é quando acaba o crédito". Está achando que os dois amigos mandam recados um para o outro? Bem capaz. O lance deles é fazer novas amizades. "Conversar com pessoas que a gente não conhece é mais tri", diz Sarah - até porque ela fica muuuito braba quando manda toda uma história para Felipe e a única coisa que ele responde é um "mmm, legal!". "Não é por mal, é que não tenho o que dizer e achei legal", se justifica o amigo. Mas não há problema, é só ir puxar papo com outro que tudo se resolve. Desde que a resposta venha rápido.

O pior é que essas novas amizades que eles procuram às vezes ficam apenas no celular. Sarah e Felipe contam que tem a galera que puxa papo, mas na rua nem cumprimenta e também quem exagera na sinceridade na mensagem e pessoalmente nem abre o bico. Para a psicologa Andréia Reis, que faz parte do Núcleo de Atendimento Psicológico (NAP) de Novo Hamburgo, isso é até normal para uma geração que se criou no meio tecnológico. "Eles aprenderam a se comunicar através da tecnologia, então é muito mais fácil falar assim".

Mas não dá pra passar os dias em função do celular, né? É muito divertido, mas tem que saber manter um equilíbrio. "Ficar o tempo todo ligado, deixando de fazer outras atividades, pode provocar dificuldades de se relacionar de forma presencial, isolamento e por vezes a criação de um mundo paralelo, virtual. Também há o tecnoestresse, causado pelo uso excessivo da tecnologia, provocando dificuldade de concentração e ansiedade". Sim, pode não parecer real, mas existe vida além do celular. Go ahead!


Namoro e amizade nas teclas
Nessa de fazer tudo com o celular, rola até pedido de namoro na jogada, como aconteceu com a estudante Manuela Bastos Cardoso, 13 anos, que recebeu uma mensagenzinha toda cheia de chamego com uma proposta. É claro que ela não respondeu. "Ele nem teve coragem de vir falar pessoalmente, se quisesse mesmo viria". O colega e amigo Felipe Rocha tenta justificar a atitude do cara que fez o pedido. "É que homem tem que se declarar pra essas coisas, daí se aperta. É mais fácil assim, se fosse olho no olho seria mais difícil", afirma, defendendo a ala masculina. O colega Lucas Trevizani, 15, concorda: "Às vezes dá certo". Para a psicológica Andréia, o que os guris enxergam como problema - de achar complicado fazer qualquer pedido pessoalmente - ocorre por causa do aumento de independência, segurança e grau de exigência das gurias. "Isto vale para o mundo adulto também, as mulheres estão tomando iniciativa, e os homens não sabem lidar com isso".

A estudante Sarah Lopes diz que não recebeu ou fez nenhum pedido de namoro, mas que já apelou para as mensagens para pedir desculpas a uma amiga, antes que uma briga boba virasse coisa séria. "Porque tu tens medo que pessoalmente acabe brigando, então resolver por mensagem é mais fácil".

Só na mensagem
Felipe Rocha, Manuela Bastos Cardoso, Sarah Lopes e Lucas Trevizani são colegas no 8o ano do Instituto Estadual Coronel Genuíno Sampaio, de Sapiranga. Os quatro vivem com o celular grudado e confessam que não saberiam viver sem o aparelho, que também tem um lugar especial no ladinho da cama quando essa galera vai dormir. Só o Felipe já chegou a mandar 4 mil mensagens em um mês. "E isso que nem tenho namorada." "É, ele gasta mais trovando as gurias", brinca Sarah. A turma só não está com celular na mão à mesa com a família e na hora de conversar com os pais. "Senão eles só ficam reclamando."

Na escola não rola
Tudo muito legal, muito bonito ficar mandando mensagem o dia inteiro, mas na sala de aula não rola, né? Na escola da Sarah, da Manuela, do Felipe e do Lucas quem estiver mexendo no aparelho no meio das explicações tem o telefone recolhido. Na primeira vez, pode pegar o celular na diretoria na saída, mas se acontecer de novo só os pais podem retirar, e não tem chorumelas. "A gente só usa na troca de professores, para não ficar sem".

Jovens e celular
Os jovens estão entre os maiores consumidores de linhas de telefone do Brasil. Segundo estudo da Serasa Experian, este grupo representava 19,8% das vendas de telefonia móvel e 25,5% de telefonia fixa no País em 2011. Entre os motivos para o resultado, o órgão responsável pela pesquisa aponta o aumento da formalização da gurizada no mercado de trabalho e a popularidade dos aparelhos celulares. "Além de terem maior estabilidade no emprego, os jovens passam a contar com um comprovante oficial de renda, o que estimula e facilita o acesso em mercados específicos como o de crédito e telefonia", afirma Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian e Experian América Latina.

Foto: Gabriela da Silva/GES-Especial

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